
A Palavra de ordem no mundo globalizado é a preservação do meio ambiente. Em razão disso, cada dia mais as empresas estão preocupadas em desenvolver e manter práticas saudáveis em seus processos e é fato que a fabricação indiscriminada de bens e produtos industrializados tem importante papel na emissão de gases tóxicos, prejudiciais não apenas aos ecossistemas, mas principalmente à saúde humana.
A mudança de cultura dos fabricantes e a adoção de práticas sustentáveis

Pensando nisso, importantes fabricantes mundiais, sabedores de sua responsabilidade ambiental e temerosas por sofrerem as sanções legais repressoras de práticas atentatórias ao meio ambiente vêm demonstrando sua preocupação em praticar a industrialização consciente de seus produtos.
Exemplo disso é a montadora Stellantis, a maior fabricante de carros do mundo, dona de marcas consagradas como Chrisler, Citroën, Dodge, Fiat, Jeep, Ram e Peogeot, que, em iniciativa inédita, demonstra seu compromisso com a questão ambiental ao comunicar ao mercado automotivo que iniciará a comercialização de peças remanufaturadas e com garantia, diminuindo em média o custo na reposição dessas peças em veículos produzidos no Brasil e na Argentina em até 40% e reduzindo em muito as emissões de gás carbônico.
Carros elétricos, a novidade que veio para ficar

E não para por aí! Ressaltando sua preocupação ambiental, a Stellantis, em seu Plano Estratégico de longo prazo, afirma que pretende reduzir em 50% sua emissão de CO2 até 2030, seguindo caminho para alcançar o carbono líquido zero em 2038. Em busca desse objetivo, de acordo com o documento, 20% dos veículos vendidos até 2030 no Brasil serão elétricos, enquanto 100% dos veículos fabricados na Europa e 50% dos industrializados nos Estados Unidos no mesmo período também seguirão essa tendência.
Esse novo formato de automóveis elétricos e híbridos já é realidade, dividindo importante espaço no mercado com os movidos à gasolina, álcool e diesel e já compõem expressiva parte das revendas espalhadas pelo mundo. Tal realidade implicará em substanciais mudanças também no mercado de autopeças, uma vez que os carros elétricos já representam 10% das vendas no segundo trimestre na Europa, utilizam tecnologias diversas das tradicionalmente inseridas nos veículos movidos a combustíveis usuais e estão reduzindo as compras de peças de reposição em 30%, trazendo grande impacto aos fornecedores de peças automotivas, que necessitarão se adaptar rapidamente a essa nova realidade mundial, diz estudo publicado pela consultoria Roland Berger, uma das mais conceituadas no mundo .
De acordo também com o estudo publicado pela Associação Européia de Fornecedores, a depender da rapidez da produção e inserção dos carros elétricos na Europa, o mercado projeta uma queda da receita de peças sobressalentes entre 13% e 17% em 2040, quando comparados a 2019.
Esses dados, se ainda não preocupam, deveriam ao menos servir de alerta aos fornecedores de autopeças, quanto à necessidade de movimentarem o segmento de forma a buscarem uma rápida adaptação a essa nova realidade, já que peças relacionadas ao motor a combustão, câmbio, escapamento e entrada de combustível, obviamente sofrerão um declínio acentuado em sua rotatividade com a crescente eletrificação da frota de carros. Por outro lado, acredita-se no aumento da demanda por peças de suspensão e pneus, que tenderão a aumentar, já que os carros elétricos são mais pesados, o que acelera o seu desgaste.
As mudanças na Europa e seus reflexos no mercado interno brasileiro para fornecedores, distribuidores de autopeças e prestadores de serviços relacionados.

Os investimentos necessários à popularização dos veículos elétricos e de seus componentes custam caro, o que provavelmente fará com que essas mudanças aconteçam de forma mais lenta e gradual em mercados como o brasileiro, resultando em um menor impacto a curto prazo no segmento de autopeças.
Tal fato, segundo os especialistas, não deveria diminuir a ameaça gerada no setor, uma vez que os modelos elétricos já são uma realidade e esse declínio geral no mercado mundial de peças de reposição tende a crescer, inclusive no Brasil, provavelmente atingindo também os distribuidores e os prestadores de serviços relacionados à manutenção veicular, como as oficinais mecânicas, que terão de se preparar para, em um curto prazo, atender com a mesma qualidade, presteza e rapidez os veículos tradicionais, híbridos e elétricos. Outro segmento que necessitará passar por sensíveis modificações é o de serviços de estacionamento veicular, os quais, por sua vez, terão que se adaptar e investir em treinamento de sua equipe e em equipamentos, notadamente, de alimentação de baterias elétricas.
Não há crise sem oportunidade. Vamos aproveitar o alerta e nos preparar, pois o futuro já chegou!
Fontes: www.stellantis.com; Portal R7 – “Autos Carros”, ed. 13.10.2022 – Marcos Camargo Júnior; Portal UOL – “insideevs.uol.com.br/news/609442/carro-eletrico-preco-peca-reposicao”
Respostas de 2
Parabéns pela publicação e pela
preocupação com a temática meio ambiente sudtentavel no mundo automotivo.
Agradecemos pela participação.